Sempre tive uma relação com música assim… meio inexplicável.
É impressionante as variadas reações e sentimentos que ela me desperta.
Nostalgia, tristeza, felicidade, animação...
Acho que não teve nem um dia dos últimos anos da minha vida que não gastei parte do meu tempo diário escolhendo o que queria ouvir, o que seria mais adequado com o momento que estava vivendo…
e, pode parecer que não, mas é uma tarefa muito difícil, já que a música está diretamente relacionada com meu humor. É como se o sentimento que ela despertasse fosse ficar comigo pro resto da minha vida. Sempre que escutasse essa música, sentiria isso novamente.
Estragar uma linda música porque você a ouviu num dia ruim não é nada legal… definitivamente, escolher o que ouvir é MUITO difícil.
Lendo Alta Fidelidade me identifiquei muito (no quesito musical) com o personagem central.
Segue abaixo um trecho fantástico do livro, que tem muito a ver com o que eu vivo refletindo sobre ouvir e gostar tanto de música:
“Algumas das minhas canções favoritas: ‘Only Love Can Break Your Heart’, de Neil Young; ‘Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me’, dos Smiths; ‘Call Me’, com Aretha Franklin; ‘I Don’t Want To Talk About It’, com qualquer um. E há também ‘Love Hurts’ e ‘When Love Breaks Down’ e ‘How Can You Mend A Broken Heart’ e ‘The Speed Of The Sound Of The Loneliness’ e ‘She’s gone’ e ‘I Just Don’t Know What To Do With Myself’ e… algumas destas canções eu ouvi cerca de uma vez por semana, em média (trezentas vezes no primeiro mês, e de vez em quando depois disso), desde os dezesseis ou dezenove ou vinte e um anos de idade. Como é que isso pode não deixar você magoado de alguma forma? Como é que isso pode não transformá-lo no tipo de pessoa passível de se quebrar em pedacinhos quando seu primeiro amor dá todo errado? O que veio primeiro, a música ou a dor? Eu ouvia a música porque estava infeliz? Ou estava infeliz porque ouvia a música? Esses discos todos transformam você numa pessoa melancólica?
As pessoas se preocupam com o fato de as crianças brincarem com armas e de os adolescentes assistirem a vídeos violentos; temos medo de que assimilem um certo tipo de culto à violência. Ninguém se preocupa com o fato de as crianças ouvirem milhares – literalmente milhares – de canções sobre amores perdidos e rejeição e dor e infelicidade e perda. As pessoas afetivamente mais infelizes que conheço são as que mais gostam de música pop; e não sei se foi a música pop que causou tal infelicidade, mas sei que elas vêm ouvindo as canções tristes há mais tempo do que vêm vivendo suas vidas infelizes.”
É impressionante as variadas reações e sentimentos que ela me desperta.
Nostalgia, tristeza, felicidade, animação...
Acho que não teve nem um dia dos últimos anos da minha vida que não gastei parte do meu tempo diário escolhendo o que queria ouvir, o que seria mais adequado com o momento que estava vivendo…
e, pode parecer que não, mas é uma tarefa muito difícil, já que a música está diretamente relacionada com meu humor. É como se o sentimento que ela despertasse fosse ficar comigo pro resto da minha vida. Sempre que escutasse essa música, sentiria isso novamente.
Estragar uma linda música porque você a ouviu num dia ruim não é nada legal… definitivamente, escolher o que ouvir é MUITO difícil.
Lendo Alta Fidelidade me identifiquei muito (no quesito musical) com o personagem central.
Segue abaixo um trecho fantástico do livro, que tem muito a ver com o que eu vivo refletindo sobre ouvir e gostar tanto de música:
“Algumas das minhas canções favoritas: ‘Only Love Can Break Your Heart’, de Neil Young; ‘Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me’, dos Smiths; ‘Call Me’, com Aretha Franklin; ‘I Don’t Want To Talk About It’, com qualquer um. E há também ‘Love Hurts’ e ‘When Love Breaks Down’ e ‘How Can You Mend A Broken Heart’ e ‘The Speed Of The Sound Of The Loneliness’ e ‘She’s gone’ e ‘I Just Don’t Know What To Do With Myself’ e… algumas destas canções eu ouvi cerca de uma vez por semana, em média (trezentas vezes no primeiro mês, e de vez em quando depois disso), desde os dezesseis ou dezenove ou vinte e um anos de idade. Como é que isso pode não deixar você magoado de alguma forma? Como é que isso pode não transformá-lo no tipo de pessoa passível de se quebrar em pedacinhos quando seu primeiro amor dá todo errado? O que veio primeiro, a música ou a dor? Eu ouvia a música porque estava infeliz? Ou estava infeliz porque ouvia a música? Esses discos todos transformam você numa pessoa melancólica?
As pessoas se preocupam com o fato de as crianças brincarem com armas e de os adolescentes assistirem a vídeos violentos; temos medo de que assimilem um certo tipo de culto à violência. Ninguém se preocupa com o fato de as crianças ouvirem milhares – literalmente milhares – de canções sobre amores perdidos e rejeição e dor e infelicidade e perda. As pessoas afetivamente mais infelizes que conheço são as que mais gostam de música pop; e não sei se foi a música pop que causou tal infelicidade, mas sei que elas vêm ouvindo as canções tristes há mais tempo do que vêm vivendo suas vidas infelizes.”
Pra quem não leu o livro... recomendo!
Às vezes as referências distraem um pouco a leitura. Mas a proposta do livro é ótima, principalmente para os amantes da música.